Podemos iniciar nossa reflexão enfocando a criança, como sujeito de nossas práticas e suas relações
com a sociedade atual.
Para tanto, é necessário tornar presente dentro da sala de aula as relações passado- presente-futuro,
buscando compreender através da trajetória da infância na história, o que é ser criança hoje. Tal compreensão possibilita-nos
enxergar como e por onde podem ocorrer mudanças qualitativas no tempo presente.
O Historiador Philippe Ariés (1981), nos revela que o sentimento de infância é uma construção social,
invenção de uma nova forma de organização da sociedade e de uma nova mentalidade que passa a ver a criança como alguém que
precisa ser cuidada, educada e preparada para a vida futura.
A idéia romântica de pureza e inocência da infância foi o que prevaleceu até hoje. Ao invés disso
podemos observar a realidade contrastada, hoje, com a idéia do desaparecimento da infância estampados na mídia, crianças exploradas
sexualmente, exploradas pelo trabalho, pela violência, etc.
Apesar de todos esses acontecimentos não fazerem parte só do presente, a nossa visão e a intensificação
hoje, exigem que se faça alguma coisa em caráter de urgência.
No entanto, não podemos compreender a criança fora de suas relações com a sociedade na qual vive e desvinculá-la
de suas interações com os sujeitos e com a cultura do grupo social na qual está inserida.
É preciso que tenhamos uma relação entre nossos conhecimentos e verdades procurando enxergar as
formas que tem as crianças de pensar em agir sobre o mundo. Assim poderemos conseguir transformações qualitativas e significativas
nas relações, tanto da criança quanto nossas com o mundo suas transformções e com o conhecimento.
Nós como educadores, precisamos ensinar as crianças a ter um olhar crítico sobre os acontecimentos
que giram em torno do meio social que elas vivem, para que elas possam tirar suas próprias conclusões.